Fotos: Rodrigo Gomes
Por Tamiris Gomes (2º ano/Universidade Cruzeiro do Sul)
O 7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo trouxe na tarde desta sexta-feira o painel “Narrativa jornalística visual”. Os palestrantes que compuseram a mesa foram a jornalista Margot Pavan, do Estadão.com, e o editor assistente de política da Folha de S.Paulo, Ricardo Mendonça. A moderação ficou sob o comando de Gustavo Faleiros, que trabalha em uma parceria com O Eco no portal de dados InfoAmazonia, resultado de uma bolsa do Knight Fellow do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ).
Em sua explanação, Mendonça deixou bem claro que as informações de um gráfico, tabela ou ilustração é de igual importância em relação aos dados contidos no texto. Além disso, essa gráfico deve estabelecer uma ligação com a reportagem, informar de forma clara e objetiva sem ser repetitivo. A função do infográfico é otimizar o entendimento do leitor. “O infográfico é uma representação gráfica de uma informação ou de um conjunto de informações. É a forma gráfica para dar sentido a essa informação”, ressalta ele.
Ricardo ainda mostrou à plateia uma atividade ilustrativa evidenciando as principais características de um infográfico bem elaborado e também os exemplos não sucedidos. Os modelos exibidos por ele retratavam a captura de Bin Laden, em infográficos de vários veículos de mídia nacionais e internacionais.
O diretor explicou que em uma empresa jornalística existem três núcleos básicos: texto, foto e arte. Destes três elementos, a arte é o que menos tem produto histórico dentro do jornalismo, não é beneficiário do que já foi feito no passado. “É o que menos tem formulação e está aberto para muito achismo. Hoje nas redações há várias equipes com essa responsabilidade, mas muita pouca gente refletindo sobre ela”, salienta. “O que a gente faz em redação não é produção artística. Trabalhar com dados não é arte. Um bom infográfico é uma ferramenta de compreensão, estética e análise”.
Margot Pavan, do Estadão.com: “Todo dia a internet joga milhares de registros na rede. É preciso criar uma ponte entre a redação e a tecnologia”Margot Pavan reforça que o domínio do Excel é essencial para o jornalismo visual. “Não é um bicho de sete cabeças. Ele transforma de maneira simples os números em estatísticas e pesquisas”, indica. Ela reproduziu alguns exemplos de projetos pioneiros de processamento de grandes volumes de informação na web. Um deles é o do jornal The Guardian, em que era disponibilizado mais de 3 mil informações sobre mortes de soldados no Iraque, com foto e idade de cada um.
“Todo dia a internet joga milhares de registros na rede. É preciso criar uma ponte entre a redação e a tecnologia”, observa a jornalista.
O conceito essencial da infografia é embasado no jornalismo de dados. “Por falta de afinidade com os números e pela sua forma pouco atraente, percebemos o quanto os jornalistas deixam de fazer boas reportagens por não saberem manipular esses dados. Deve-se torná-los claros, atraentes e enriquecedores”, lembra a estudante Rafaela Carvalho, de 22 anos, do 4º ano de jornalismo da Escola de Comunicações de Artes da Universidade de São Paulo (ECA – USP).
Narrativa jornalística visual
Palestrantes:Margot PavaneRicardo Mendonça
04/07/12 – 14h
Sobre o Congresso
O 7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo é uma realização da Abraji e da Universidade Anhembi Morumbi, com o patrocínio/apoio da TV Globo, Correio Braziliense, Embraer, Estadão, Folha, Gol, Grupo Bandeirantes, Shopping Iguatemi, McDonalds®, O Globo, Oi, Tam e UOL, e cooperação de Associação Nacional de Jornais, Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo, FAAP, Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, Jornalistas & Cia., Knight Center, Lincoln Institute of Land Policy, Oboré, Open Society Foundations, Panda Books, Propeg, Textual e UNESCO.