Foto: Leandro Melito
Por Danillo Oliveira (3º Ano/Cásper Líbero)
A questão das drogas no Brasil continua polêmica. Mesmo após avanços sobre a proibição ou legalização, suas razões não se resumem a uma única opinião. “Quem aponta um só motivo para a proibição das drogas está enganado”, afirmou Maurício Fiore, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) em painel sobre o tema no 7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo.
Acompanhado do neurocientista Sidarta Ribeiro, Fiore comentou a legislação brasileira sobre drogas. O pesquisador e antropólogo acredita que ao longo dos últimos anos houve uma evolução do discurso proibicionista. “[Hoje] se passa a assumir, numa nova versão do proibicionismo, de que não se deve realmente punir o usuário de drogas. A proibição como prisão passa a ser equivocada”, explica. “Não é consensual. Muitos proibicionistas acham que se deve prender para mostrar o que é certo e o que é errado”, lembra.
Sidarta Ribeiro, diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), concentrou sua exposição do painel “Narcotráfico – descriminalizar é a solução?” na proibição da maconha. “No caso da maconha, eu tenho claro que a proibição faz muito mais mal. Se a maconha fosse vendida em lugares adequados e taxada, não haveria problema.”
“Não tenho dúvida nenhuma de que a legalização da maconha é favor do bem-estar social”, afirmou. O neurocientista acredita ainda que a não regulamentação acarreta vários problemas. “A proibição é o pior de todos os males. É a proibição que onera, que corrompe o Estado. Se a maconha fosse um produto como os outros, faria parte da economia, seria visível e taxada.” Moderada por James Alberti, produtor da Rede Paranaense de Comunicação (RPCTV), a conversa provocou diversos questionamentos.
Diferentemente da postura autoritária adotada pelo Estado há muitos anos, a realidade brasileira, aberta à discussão, segue buscando alternativas. A organização Viva Rio, mencionada no painel, realiza um movimento a favor de mudanças na legislação sobre drogas. A discussão é mais complexa do que parece.
Narcotráfico – descriminalizar é a solução?
Palestrantes: Maurício Fiore e Sidarta Ribeiro
Data: 13/07/12 – 9h
Sobre o Congresso
O 7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo é uma realização da Abraji e da Universidade Anhembi Morumbi, com o patrocínio/apoio da TV Globo, Correio Braziliense, Embraer, Estadão, Folha, Gol, Grupo Bandeirantes, Shopping Iguatemi, McDonalds®, O Globo, Oi, Tam e UOL, e cooperação de Associação Nacional de Jornais, Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo, FAAP, Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, Jornalistas & Cia., Knight Center, Lincoln Institute of Land Policy, Oboré, Open Society Foundations, Panda Books, Propeg, Textual e UNESCO.